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quarta-feira, 25 de maio de 2011

O OXI, ATRAVÉS DO ACRE PARA O MUNDO


Confesso que a mais de 20 anos tenho o conhecimento que a droga que entra aqui pela região do Alto Acre, oriunda do Peru, entrando através da Bolívia, pelos municípios acreanos de Brasiléia e Epitaciolândia, em quase sua totalidade, é o OXIDADO.
 Em 2003 participei de encontros com Álvaro do Programa Rede Acreana de Redução de Danos, onde expus que o OXIDADO, agora batizada por OXI, já era antigo em nossa região, e que o seu consumo estava aumentando a cada dia nos municípios de Brasiléia e Epitaciolândia. Nessa época teria sido apresentada ao Brasil, através do Acre, como uma nova droga, e hoje o Brasil está apresentando o OXI como se fosse uma nova droga.
OXI é a forma normal da cocaína que entra no Brasil, através do Acre, que depois de seu fabrico no Peru, em forma granulada, costuma ser prensada em forma de tijolo em tamanho médio de um quilo, esse tijolo é fácil de se quebrar para voltar a forma de grãos, chamado de pedra. Essas pequenas pedras e de tamanhos diferentes são vendidas com base em seu tamanho, o tamanho normal para uma dose tem seu preço variado conforme a distancia do Acre, onde na fronteira chega a custar três reais; esse processo é a forma mais simples da venda por boqueiros, que também é vendida em forma de pó obtida através da raspagem da pedra grande, as pedrinhas que sobraram são juntadas até formar uma porção normal. Também o OXI pode ser transformado em "merla", que é a forma mais simples de transformação, onde 1kg de oxi pode ser transformado em 6kg de merla em um processo de diluição do oxi em água acrescentado cal, solução de bateria, barrilha de piscina e outros produtos, que é batida em forma de maça de bolo, podendo ser feito em um pequeno quarto, que depois de pronto tem a forma de pasta e seu valor é bem mais baixo que o oxi. Já a transformação do oxi em cocaína pura, o pozinho branco, chamada de brilho/cristal/escama de peixe, que é a mais cara, a sua transformação depende de um mini laboratório onde se usa batedeiras gerando um grande barulho, forno e produtos químicos, que em cada 3kg de oxi é transformado em média 1kg de brilho, essa transformação costuma ser feita em grandes centros brasileiros para exportar a outros países.
O oxi costuma ser usado misturado com um pouco do tabaco de cigarro em uma lata vazia de serveja ou refrigerante, colocado em cavidade com alguns furinho que depois de aceso é chupado através da boca da lata.
Nos municípios de Brasiléia e de Epitaciolçândia, de onde se originou o uso do OXI, desde muito tempo, é fácil de ver nos bairros periféricos, jovens totalmente transformados, pelo uso do oxi, transformação essa que se diferencia o jovem normal de um jovem viciado no oxi, é triste mas é realidade. A maioria deles são oriundos do êxodo rural, isso tudo acontece em um estado que se tenta passar a imagem que uma caça ou uma árvore vale mais de que um ser Humano. E é verdade, são tantas as Leis protegendo a fauna e a floresta sendo atuadas e nenhuma para acolher o viciado expulso da floresta.