Pesquisar neste blog temas do seu interes
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
A DITADURA
Fiz esse artigo a uns dez anos - Portela
Uma época onde foram amordaçados todos àqueles com idéias e ideais de luta pela liberdade, igualdade, direito de expressão, melhores dias, etc. O mundo condena pessoas que carregam consigo a vontade de mudança, mas a filosofia nos auxilia com sua história no avanço que estas pessoas trouxeram para o mundo em que vivemos. Aflitos psicologicamente, viviam em constantes inconstâncias: A vontade de sumir, de acabar com tudo, se mistura a aflição da família, que todo dia diz pra se cuidar; essas coisas que todo pai e mãe diz, e que vai esperar para o jantar.
Quando chego a casa nada me consola, vejo a família em constante preocupação. "Vocês não entendem nada do que penso, digo e falo".
Diariamente só penso em parar, depois penso em dizer não, depois penso na vida que tenho pra levar e, então me calo. Como tragar a dor de engolir a labuta, se mesmo calado a cabeça não pára e permaneço atento; esse silêncio todo me atordoa, como é difícil essa palavra presa na garganta, como é difícil acordar e não dizer nada; se na calada da noite eu me dano.
Penso em lançar um grito desumano, para que assim, talvez, possa ser ouvido. De que me vale ser um filho da santa, que bom seria ser filho da outra, outra realidade com menos morte, menos mentira e mais respeito.
Certos dias nem é bom sair de casa, nem tudo é como a gente quer, mas dentro do peito existe um fogo ardente que ninguém pode apagar. Muitos curtiram a vida fugindo, outros em uma prisão. "Ó pedaço de mim, ó metade amputada e exilada de mim, a saudade é o pior tormento como também é a saudade de arrumar o quarto daqueles que o levaram". Quantos tempos tiveram para aturar aquelas ondas que vieram tão furiosas devastando seus ideais, foi dura a caminhada e em troca receberam bem menos que mereciam. Sinto a natureza toda se entristecer abrigando a evolução, sombra do passado pairam sobre nós, onde estão os sonhos que vovô plantou? Onde está o mundo bom que imaginei quando criança?
E agora? A luz apagou, o povo sumiu, você que zombou dos outros, que fez protestos. Agora está sem discurso, tudo fugiu, tudo mudou e com a chave na mão quer abrir a porta. Mas que porta? Porém, o povo que tem seu ideal é duro e finda vendo a banda passar.
Quantos olhos você tem para me olhar, quanto tempo ainda resta para me envergonhar. Você que ainda sobrevive, não pode perder as esperanças, escreva sua história com suas próprias mãos, não acreditem em falsos líderes onde os compromissos por eles assumidos só têm uma direção “lugar nenhum”. Águas que caem das pedras, que fazem os piores estragos, sempre voltam humildes para os leitos dos lagos e findam no fundo do chão.
Amanhã será tudo esperança, e apesar de hoje, será uma nova estrada que surge para trilhar aqueles que esperam o tempo real, e os temores abrandados serão plenos. Carlos Portela