O Brasil vive uma grave crise estrutural por causa do modelo macroeconômico adotado pelo governo, refletindo em um alto índice de desemprego, esta situação leva a marginalização porque o subempregado procurará sobreviver na ilegalidade. Se não houver uma mudança na política econômica, o Brasil entra no caminho onde a violência só aumenta. A maioria do povo brasileiro ainda não percebeu que todos os impostos estão embutidos nos preços que pagamos. Muitas pessoas pensam que são os ricos, as indústrias e o comércio que sustentam a nação. Mas, já é tempo de acordarmos e compreendermos que não é bem assim. Mesmo sem perceber, somos nós, os simples cidadãos que sustentamos a nação com mais da metade dos nossos rendimentos. Uma quantia exagerada que poderia ser utilizada na fomentação da economia e na geração de emprego. “O desemprego estrutural faz parte hoje da lógica mundial da produção" Sustentar programas de auxilio-desemprego, os quais permitem apenas a subsistência, têm um custo muito alto, e ainda não é a solução. “O resultado é o agravamento da crise social e o surgimento de população excluída da produção e do consumo, e que conseqüentemente encontra-se fora de qualquer categoria de cidadania e da possibilidade de acesso à saúde, à educação e à habitação”. A situação lembra um enorme ferro-velho, onde o lixo permanece como símbolo do que na verdade não tem como ser jogado fora definitivamente. Esta situação desdobra-se em "tensões sociais a serem controladas por meios repressivos por parte das polícias", em uma crescente "degradação social na cidade e no campo”. Assistimos a um alastramento da criminalidade no seio do espaço coletivo, o que, por sua vez, incrementa o esconder-se narcísico. Na medida em que o Estado Moderno abre mão de qualquer função de negociador social, de promotor de diálogo das diferenças; a sociedade caminha para um processo de duelização, onde a lei e os políticos caem em descrença, não se constituindo mais em referência maior. As erosões sistemáticas das instituições públicas e dos poderes fazem, com que tome corpo a idéia do "cada-um-por-si", onde obviamente vence o mais forte, o mais esperto, o mais rico, etc. É a lógica da exterminação do outro, do menor, do mais pobre e do mais frágil que atua respaldado na lógica do descartável. O produto a se descartar é um enorme e crescente contingente de seres humanos. Estes são empurrados para algum tipo de agrupamento que os identifique na exclusão. Este cenário de guerra também encontra nas relações de trabalho e leva a uma corrosão do caráter das relações, devido à competição acirrada entre os trabalhadores para se manterem no mercado de trabalho. O que antes podia ser vivido como um ambiente de colegas de trabalho apresenta-se agora como um ambiente de intrigas, ataques desleais e traições pessoais. E como se não bastasse, surge uma nova sintomatologia ligada ao que se convencionou chamar de estresse. O estresse na verdade nada mais é do que o nível de tensão, ansiedade, insegurança e angústia imposta aos trabalhadores no cenário contemporâneo.
“Anuncia o governo estar o desemprego na faixa dos 17%. A pergunta continua: 17% de quê? Dos 180 milhões de brasileiros? Da população em condições de trabalhar? Dos que procuram emprego ou dos que recebem o salário-desemprego? Entram aí camelôs e os que se encontram na informalidade?”
artigo elaborado em junho de 2007 - crise hoje