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domingo, 9 de março de 2014




GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Adolescência. Fase de descoberta do mundo, dos grupos de amigos, da vida social e, sobretudo, sexual. Porém, atos inconsequentes podem gerar uma gravidez precoce e indesejada que interrompa, na adolescente, esse processo de descoberta. Estatísticas mostram que 80% das adolescentes que engravidam não voltam mais para a escola. "Com a gravidez precoce as jovens abandonam ou interrompem seu projeto de vida, contudo elas acabam tendo que transferir a responsabilidade de criação da criança para os avós, para voltarem à vida cotidiana de trabalho e estudo, ou se entregarem à prostituição em suas várias formas”.

Essa realidade acontece em todas as classes sociais, mas a incidência é maior e mais grave nas populações mais carentes devido ao baixo nível de informação e a dificuldade de acesso aos métodos contraceptivos.

São vários os fatores que contribuem para o aumento da gravidez precoce, como a ausência de alternativas de lazer, a desagregação familiar, a desinformação sobre o tema, a falta de um projeto, com mais eficácia, de orientação sexual nas escolas e na família. Outro fator decisivo é a erotização cada vez mais presente na vida dos adolescentes, através da mídia.

Em 53,7% das famílias acreanas com filhos de até seis anos de idade, vive-se com menos de meio salário mínimo per capita, ou seja: abaixo da linha da pobreza. Em números absolutos, a percentagem representa 40 mil famílias nessa situação, o nosso estado aparece com a terceira pior distribuição de renda do ranking nacional. Como se não bastasse, mais de 80% dos domicílios acreanos pertencentes a famílias que vivem com até meio salário mínimo per capita.

Com estes índices alarmantes divulgados pelo (IBGE), afastam-se as esperanças, em curto prazo, de melhorar a situação.

PROIBIR SEXO NÃO É A MELHOR MANEIRA DE SE PREVENIR GRAVIDEZ 

É sabido que proibir o sexo não é a melhor maneira de prevenir a gravidez precoce, há formas mais eficaz de evitar a maternidade na adolescência. Dois aspectos precisam ser levados em conta: a questão da autoestima e o estabelecimento de um projeto de vida. "Se uma adolescente tem a autoestima elevada ela cria mecanismos para gostar de si mesmos, portanto, qualquer coisa que venha prejudicá-la não a despertará interesse. Diferentemente da baixa autoestima, que pode trazer interferência na realização de um projeto de vida que estabeleça o melhor momento para ser, ou não, mãe".

“Precisamos contar com um trabalho totalmente profissional onde psicólogo, educadores, pedagogos, assistentes sociais e, sobretudo, a escola e a família estejam envolvidos no processo de educação” O jovem passa por três fases. A primeira é no seio familiar, até oito anos de idade, onde a criança "deve" receber todas as informações que irão contribuir para sua formação. Dos nove aos 15 anos, a maior carga de informação vem da escola. E, por último, dos 16 anos acima, a informações vem das suas "tribos" ou grupos, sejam eles de amizade, trabalho, religiosos, etc.

"Não devemos tapar os olhos. A prática sexual na adolescência já é algo comum. Só não vê quem não deseja encarar o fato de frente. Precisamos trabalhar juntos para que nossos jovens tenham firmeza nas instruções dos pais e passem a ter projetos de vida", E que mesmo passando por várias situações extremamente confusas, o jovem deve sempre ter a família como principal ponto de apoio.  Carlos Portela