GRAVIDEZ
NA ADOLESCÊNCIA
Adolescência.
Fase de descoberta do mundo, dos grupos de amigos, da vida social e,
sobretudo, sexual. Porém, atos inconsequentes
podem gerar uma gravidez precoce e indesejada que interrompa, na
adolescente, esse processo de descoberta. Estatísticas mostram
que 80% das adolescentes que engravidam não voltam mais para a
escola. "Com a gravidez precoce as jovens abandonam ou
interrompem seu projeto de vida, contudo elas acabam tendo que
transferir a responsabilidade de criação da criança para os avós,
para voltarem à vida cotidiana de trabalho e estudo, ou se
entregarem à prostituição em suas várias formas”.
Essa
realidade acontece em todas as classes sociais, mas a incidência é
maior e mais grave nas populações mais carentes devido ao baixo
nível de informação e a dificuldade de acesso aos métodos
contraceptivos.
São
vários os fatores que contribuem para o aumento da gravidez precoce,
como a ausência de alternativas de lazer, a desagregação familiar,
a desinformação sobre o tema, a falta de um projeto, com mais
eficácia, de orientação sexual nas escolas e na família. Outro
fator decisivo é a erotização cada vez mais presente na vida dos
adolescentes, através da mídia.
Em
53,7% das famílias acreanas com filhos de até seis anos de idade,
vive-se com menos de meio salário mínimo per capita, ou seja:
abaixo da linha da pobreza. Em números absolutos, a percentagem
representa 40 mil famílias nessa situação, o nosso estado aparece
com a terceira pior distribuição de renda do ranking nacional. Como
se não bastasse, mais de 80% dos domicílios acreanos pertencentes a
famílias que vivem com até meio salário mínimo per capita.
Com
estes índices alarmantes divulgados pelo (IBGE), afastam-se
as esperanças, em curto prazo, de melhorar a situação.
PROIBIR
SEXO NÃO É A MELHOR MANEIRA DE SE PREVENIR GRAVIDEZ
É
sabido que proibir o sexo não é a melhor maneira de prevenir a
gravidez precoce, há formas mais eficaz de evitar a maternidade na
adolescência. Dois aspectos precisam ser levados em conta: a questão
da autoestima
e o estabelecimento de um projeto de vida. "Se uma adolescente
tem a autoestima
elevada ela cria mecanismos para gostar de si mesmos, portanto,
qualquer coisa que venha prejudicá-la não a despertará interesse.
Diferentemente da baixa autoestima,
que pode trazer interferência na realização de um projeto de vida
que estabeleça o melhor momento para ser, ou não, mãe".
“Precisamos
contar com um trabalho totalmente profissional onde psicólogo,
educadores, pedagogos, assistentes sociais e, sobretudo, a escola e a
família estejam envolvidos no processo de educação” O jovem
passa por três fases. A primeira é no seio familiar, até oito anos
de idade, onde a criança "deve" receber todas as
informações que irão contribuir para sua formação. Dos nove aos
15 anos, a maior carga de informação vem da escola. E, por último,
dos 16 anos acima, a informações vem das suas "tribos" ou
grupos, sejam eles de amizade, trabalho, religiosos, etc.
"Não
devemos tapar os olhos. A prática sexual na adolescência já é
algo comum. Só não vê quem não deseja encarar o fato de frente.
Precisamos trabalhar juntos para que nossos jovens tenham firmeza nas
instruções dos pais e passem a ter projetos de vida", E
que mesmo passando
por várias situações extremamente confusas, o jovem deve sempre
ter a família como principal ponto de apoio. Carlos Portela