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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

" MORRE NENZINHO "

Aquele que teve seus dezoito touros de rodeio abatidos era tudo o que ele tinha, e os treinavam direto, que serviam de atrações na região, nos pequenos e primeiros rodeios de nossa cidadezinha. E foi vindo de um rodeio acontecido no aniversário do município de Porvenir em Cobija, a dez quilômetros de suas terras, que fica no km 13 da estrada velha, estava trazendo seus animais pelos varadouros da fronteira, quando foram retidos todos seus animais pelo “IDAF”, e dentro de poucas horas ele viu seus animais sendo abatidos a tiros no currau ao lado de sua casa na presença de seus familiares, sem que lhe foi dado nenhum tipo de defesa. De nada valeu os pedidos de amigos e de familiares em defesa dos animais.
Nada justifica esta matança dos animais para a nossa população, quem denunciou quem autorizou quem o fez, o fez de mau gosto.
Tudo isto foi em troca de uma melhor qualidade da nossa carne, “para o mundo”, que até prêmio já ganhou. É fácil ver e ouvir, nos meios de comunicações campanhas, impostas por eles, obrigando a um controle sanitário bem rígido na nossa fronteira, coisa que em nosso país vizinho, na mesma região, não se ouve.
Para se criar gado é preciso campo, para existir o campo é ou foi preciso derrubar a mata, e a criação de gado com estes incentivos e cuidados, só vai é crescer, crescendo também o desmatamento. Ou não? Até parece que estamos vivendo uma fase de domínio por eles; veja a situação das madeiras de nossa floresta, “Eles que já não possuem florestas, progrediram, e têm muito dinheiro para comprar as nossas madeiras por um preço alto, já nós, que vivemos dentro da floresta, não podemos derrubar e nem temos dinheiro para pagar o valor que eles pagam por uma dúzia de tábuas ou perna manca. Para os madeireiros é muito mais fácil e lucrativo vender nossas madeiras para fora do estado, e não sobra nem para as marcenarias, que como pais de famílias, arriscam tirar ou comprar madeira mais barata e de segunda, de forma até irregular, devido às leis impostas para atender a “eles”.

Nenzinho não vai ser lembrado porque levou vários tiros de rifle no centro de Epitaciolândia, resquício de uma richa antiga, com um desocupado, fruto de uma sociedade e de uma família desestruturada socialmente. Ele começou mesmo a morrer foi quando semanas antes viu seus touros, que ele tratava com todo o carinho, sendo metralhados à tiros insistentes à queles que ainda tentavam sobreviver. De nada valeu os insistentes pedidos de clemências, ainda mais, dentro de seu habitat ao lado de sua casa, tendo suas crianças assistido tudo, vendo aqueles animais dando os mais diferentes tipos de esturros ou berros, e caindo sobre seu próprio sangue.