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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Menores e abandonados

... São rejeitados por suas mães antes mesmo de virem ao mundo, mas eles vêm com um objetivo: sobreviver. Nas ruas perdem tudo! Valores culturais, religiosos, morais, humanos. Sem lar e sem família, refugiados nas ruas, vagam diuturnamente sem chance alguma de progresso. Sendo assim, tornam-se escravos da situação, e como lutam incessantemente por sobrevivência, acabam desviando-se para a marginalidade. Ficam desacreditados... Sem um teto... As roupas maltrapilhas mostrando tatuagens são um cartão de visita para o descrédito. Roupinhas melhores só a custa da solidariedade alheia em campanhas, como a do natal e outras. Desprezados se juntam a outros na mesma situação, e assim órfãos de pais vivos e marginalizados pelo sistema político, só tendem a aumentar a cada ano.
Nas ruas, fracos, desamparados, de olhos assustados, findam se envolvendo com os piores tipos de drogas, passando a roubar pequenos objetos, para sustentarem o vício.
Nascidos por acaso têm o presente renegado, o futuro proibido. Condenados pelo próprio direito de nascer. Covardemente foram traídos, pelo mundo, rejeitados; são apenas mais um.
Urge que se tomem medidas para frear o aumento de menores abandonados em nossas ruas. Infelizmente a pobreza e a urbanização já provocaram a ocorrência de um novo tipo de problema, o aparecimento de crianças que são simultaneamente carentes e abandonadas. Não faz sentido atacar o problema do menor abandonado só com atitudes assistencialistas, melhor seria garantir sua profissionalização e o preenchimento de seu tempo com atividades esportivas e culturais, tendo, emprego digno para sua família.
O menor infrator é um produto da elevada falta de compromisso da sociedade em que vive, do desleixo na educação, que faz com que adultos entrem em guerra não declarada com esses menores que também guerreiam contras essa mesma sociedade. A sociedade detentora do poder, sempre soube dar a melhor educação a seus filhos. Aos pobres sobra a caridade educativa barata, com pouca qualidade. “Quem não lutar por condições mínimas de educação popular e democrática, ajudará a manter nosso povo condenado a viver à margem da civilização letrada”. Contribuem para este crescimento: a crise do sistema educacional - desagregação familiar - o não atendimento dos programas aos mais necessitados - a falta de políticos com vontade e capacidade para mudar esta situação - o egoísmo humano que, diante disto tudo, faz com que olhemos apenas para o nosso umbigo.


Carlos Portela Eduino